segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sim limites são necessários!

Por Sonia das Graças Oliveira Silva


Muitas vezes, impor limites é uma questão de bom senso. Na relação pais e filhos é vital que se tenha o diálogo, a compreensão e o amor. Por vezes, a indisciplina, o grito, o choro, são sinais, são pedidos de ajuda, são pedidos de limites por parte das crianças. Quando os pais cedem e não percebem, eles praticamente deixam as crianças sem parâmetros para a vida.
Existem famílias que dão tanta liberdade para os filhos que mais parece abandono. Não demonstram preocupação, nem tentam corrigi-los nos erros ou ajudá-los em seus problemas. Essa autonomia dada pelos pais aos filhos deve ser observada. A educação da atualidade fez com que pais se tornassem muito modernos e desaprendessem de dizer não. A liberdade excessiva produz adultos sem noção de limites e responsabilidades.
As noções de educação dos filhos passaram por grandes mudanças, desde quando o pai, senhor absoluto da casa fazia com que os filhos o respeitassem e obedecessem, não sendo possível por parte dele nenhum gesto de carinho aos filhos. Os anos 90 trouxeram pais que procuravam encontrar um ponto de equilíbrio entre aquela autoridade opressiva e a noção de liberdade sem fronteiras que a sucedeu.
Educar implica batalhas. E há que se pensar em para que e como se educar. É preciso ter clareza quando for dizer não. Os pais não podem abrir mão de sua autoridade de pais ao educar e nem devem ter medo ao enfrentar o filho em seus momentos de raiva.
A educação com baixos limites tem causado resultados desastrosos. Segundo o Psicólogo Armando Correa de Siqueira Neto, alguns pontos-chave são destacados no processo de educação como, o sacrifício. A tarefa da educação requer sacrifícios como o da paciência, perseverança e firmeza. No dia-a-dia é que se constrói a educação, portanto, a sua manutenção persistente é fundamental. A constância permite um resultado bem melhor.
Consciência e vontade na educação dos filhos são fundamentais. Atitudes como deixar que os filhos decidam sozinhos sobre suas vidas e seus afazeres é fugir das responsabilidades de pais e de educadores e não é educar. Educação envolve erros e acertos. Tão errado como abandonar os filhos é achar que eles devem seguir à risca tudo que foi idealizado pelos pais. Não existe uma receita infalível que transforma filhos em adultos felizes e bem sucedidos.
Educar envolve a consciência. O pais precisam se questionar se estão educando para a auto confiança e auto-estima dos filhos. Precisam ter clareza mental, ter equilíbrio, o que levará a harmonia, serenidade, flexibilidade e espontaneidade.

Aqui em casa o não sempre esteve presente, claro que é difícil contrariar as vontades de alguém que amamos e agüentar sua birra, seu choro, seu desamor, é complicado sim mas absolutamente necessário, as crianças precisam entender que é preciso respeitar e tbm confiar em alguém, falamos não sim e sem volta, mas tbm quando prometemos algo cumprimos.

Sempre me preocupei em não repetir o autoritarismo dos meus pais, sou exigente sim, mas tbm converso, dou carinho, mostro o quanto eles são amados, quando falo não argumento explico o pq, e assim tem funcionando, posso dizer que eles são crianças fáceis de negociar, carinhosas e compreensivas a maioria das vezes.

Agora com uma filha entrando na adolescência muitas vezes me pego pensando em como agir, já que os questionamentos e argumentação são cada vez maiores, essa fase é bem difícil acho que pra ambos, sei que não existe receita pronta, e o primeiro passo acredito eu que é conhecer bem seu filho estar ao lado dele se mostrar amigo, é preciso cuidar. Liberdade vigiada, com limites e responsabilidades é ótima para que eles creçam, mesmo porque confiança é uma coisa que se adquire com atitudes e essa conquista os filhos precisam fazer, então precisamos dar espaço para isso.



4 comentários:

  1. Que texto interesante, muito bom!

    Eu tbm tento não repetir o autoritarismo de meus pais e avós...
    Converso muito com os 2 aqui em casa, quando vejo que não tem jeito vão para o canto pensar, e depois conversamos olho no olho, na maioria das vezes resolve!

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  2. Ídem a vc! Minha mãe era muito autoritária,pra ela era "não pq não" sem explicar pq. Com meus filhos é tudo a base da conversa,clareza e diálogo com firmeza.

    Tenho raiva de gente que tem filho e acha que é moleza e sai "educando" a base do grito e tapas sem nem perceber que está fracassando como ser humano pensante e agindo por instinto animal.

    Adorei post!Bjks!

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  3. ...eu não tenho filhos ainda!!! Mas concordo com o post... limites sao necessários sim!!!

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  4. Nesses tempos "modernos" é muito difícil o equilíbrio perfeito.. importante é buscar e mostrar a realidade das coisas. Ainda nao tenho filhos, mas espero estar preparada qdo vierem..

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