segunda-feira, 26 de julho de 2010

Caso Joanna Marins: a segurança da infância no CTI




Soares Júnior Soares Júnior 24/07/2010 19h30


No dia 26 de maio, Joanna sentou no colo de Cristiane e mexeu num cordão que a mãe tinha no pescoço. Nele, havia as fotos dos três filhos. A criança pegou a sua, colocou para trás e disse à mãe: "agora você só tem dois filhos". Cristiane e Joanna se abraçaram, a mãe negou com veemência a ideia da criança e ela partiu.

Logo depois, acompanhada pelo padrasto, Joanna Cardoso Marcenal Marins foi entregue ao pai, André Rodrigues Marins, na 5ª Vara de Família da Comarca de Nova Iguaçu. No laudo assinado por Cristina Segheto Rodrigues, responsável pelo expediente naquela data, Joanna aparentava estar bem cuidada e trouxera seus pertences pessoais.

Cerca de dois meses depois, a menina de 5 anos trava uma luta pela vida no CTI de uma clínica infantil, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Joanna está em coma, respirando com auxílio de aparelhos. Os médicos chegaram a divulgar que ela tivera morte cerebral. No entanto, o diagnóstico não se confirmou. A tia materna disse: "A bichinha é forte, a situação é muito grave. São uns 400 degraus para subir, ela subiu dois, mas subiu".

A menina tem um edema extenso na cabeça, o que é o grande obstáculo que enfrenta para sair do coma. Ela tem marcas de queimadura nas nádegas e perto das axilas, além de um corte no pé. A polícia acredita que Joanna foi vítima de maus tratos.

Os pais da menina se conheceram no começo dos anos 2000 na Igreja Batista do Recreio, que frequentavam. Namoravam há cerca de um ano, quando Cristiane descobriu que estava grávida. Logo depois, o relacionamento acabou.

Joanna nasceu em 20 de outubro de 2004. Logo depois a mãe entrou com um pedido de pensão e visitação na 1ª Vara de Família de Nova Iguaçu. De acordo com a decisão, André poderia visitar Joanna aos sábados de 9 às 11h. No primeiro ano, ele cumpriu o acordo. Mas depois ele ficou um ano sem dar notícias. Parentes de Cristiane contam que a família sempre ficava na expectativa se ele entraria em contato em alguma data como Dia dos Pais ou Natal.

André Marins reapareceu em 2006 e fez visitas regulares à filha. No entanto, em outubro de 2007, um problema aconteceu. Após uma saída com o pai, Joanna apresentou hematomas e um arranhão nas costas. Cristiane levou a menina ao Instituto Médico Legal de Nova Iguaçu e a delegacia da cidade abriu uma investigação, mas nada aconteceu.

Depois se seguiu mais um período de ausência do pai até dezembro de 2009, isto é, pouco mais de dois anos. Quando reapareceu, André estava com a polícia e foi ao prédio de Cristiane. Os porteiros avisaram que ela estava viajando.

Em janeiro de 2010, Cristiane foi chamada ao Fórum de Nova Iguaçu. Ela foi ouvida por uma psicóloga. Durante a sessão, Cristiane diz ter sido mal tratada pela psicóloga.

Como forma de se resguardar, ela prestou queixa na Corregedoria do Fórum de Nova Iguaçu. Pelo lado materno apenas Cristiane foi ouvida, enquanto pelo lado de André foram ouvidos ele próprio, a atual mulher, o pai e a mãe dele.Nesse laudo, é sugerida a reversão da guarda.

Enquanto se travava esta disputa, Cristiane se mudou para Campos do Jordão. Mandou um telegrama para avisar ao pai, no entanto a mensagem voltou e ela fez constar do processo que tentara comunicar a mudança. Entre março e abril, André esteve duas vezes na cidade paulista e viu a filha.

Em maio, a Justiça do Rio reverteu a guarda de Joanna, sem a visitação da mãe por causa da síndrome de alienação parental, quando um dos progenitores induz a criança a perder contato e não reconhecer o outro. A reversão da guarda foi concedida em meio ao ano escolar, quando a menina estava em processo de alfabetização.

Chegamos então a julho de 2010. Uma pessoa que se identificou como amiga de André ligou para um dos hospitais de Campos do Jordão, onde Cristiane Marcenal Ferraz atua como cardiologista. A pessoa disse que Joanna estava mal e que a médica deveria ver a filha.

Cristiane falou com o pai da menina que disse: "sua filha está morrendo, venha". Ao chegar na clínica, no Rio, André não estava. Presentes no local o pai dele, a tia, a promotora Maria Helena Rodrigues Biscaia, que, de acordo com os parentes maternos de Joanna, é mulher do deputado federal Antonio Carlos Biscaia.

Desde então há um plantão de amigos na frente do hospital. André esteve no primeiro dia e quando tentou voltar foi rechaçado pelos parentes maternos da menina. Não mais voltou. A juíza da 5ª Vara de Família de Nova Iguaçu, Cláudia Nascimento Vieira, devolveu a guarda de Joana à mãe.

Cristiane não sai do hospital. A todos que vão visitar a filha ela pede orações. Se mostra forte, mas quando chega alguém mais próximo, desaba. Depois recobra o espírito e segue na sua vigília.

Há muitas perguntas a serem respondidas nesta história. Por exemplo, o motivo para os longos períodos de ausência de André Rodrigues Marins. Mesmo assim o serventuário da Justiça do Rio conseguiu a reversão da guarda da criança. Que motivos tão contundentes teriam sido apresentados para a decisão da Justiça pela concessão da guarda ao pai? Que fim levou a investigação sobre as possíveis agressões que Joana sofrera em 2007?

Vale ressaltar que as suspeitas começaram quase três anos antes de Joanna travar esta guerra incerta pela vida. A sociedade, a família e a Justiça precisam se conscientizar da importância de assegurar o direito à vida do menor e interpretar corretamente sinais que podem anteceder uma tragédia.


Site: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:xLfBormHKMQJ:www.sidneyrezende.com/noticia/95072%2Bcaso%2Bjoanna%2Bmarins%2Ba%2Bseguranca%2Bda%2Binfancia%2Bno%2Bcti+Joanna+Cardoso+Marcenal+Marins&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br



Eu havia pensado que não iria tomar partido, porque sinceramente não torço pela mãe ou pelo pai, eu torço pela CRIANÇA!!!

Eu torço para que ela fique boa logo, mas não pra dizer o que foi que ocorreu, afinal a inocente criança já sofreu mais do que devia, eu torço para que ela recupere a saúde física e mental, porque forte ela está nos mostrando que é, e principalmente torço para que ela tenha tempo e encontre muito amor na sua vida para recuperar o coração e a alma dos maus tratos que sofreu, independente de quem quer que os tenha causado, porque toda criança tem o direito de ter amor, e esperá-lo dos pais é o mínimo que se pode querer.


Mudei de idéia quando vi um comentário no post abaixo, e pasmem um comentário com perfil bloqueado... no momento apenas respondi, mas não consegui desligar do assunto, assim que tive tempo vim pra net pesquisar e as noticias sobre o caso são inúmeras, esse texto acima é um deles...

O que mais me espanta no caso é que estamos falando da filha de uma médica e de um advogado, duas pessoas bem instruídas e aparentemente de um nível social alto, o que me fez recordar o caso de uma outra menina que segundo o julgamento judicial foi jogada da janela do apartamento do pai e da madrasta, por ambos, em uma noite em que o mesmo tinha direito de estar com ela, lembram disso??? Nossa!!! O pai nega até hoje os fatos!!!


Voltando ao nosso caso... depois de tantas informações retidas:

- a mãe diz que a menor sofreu maus-tratos e que o pai é o culpado!

- o pai alega que a menor tem problemas convulsivos e a mãe sonegou a informação!

Primeiramente quem conhece a justiça no Brasil sabe que algumas vezes as coisas não são como deveriam... no entanto uma mãe conseguir impedir um pai do direito de visita é praticamente impossível se ele realmente quiser o fazê-lo, na minha opinião sendo o pai advogado isso torna-se ainda mais difícil!!!

Segundo ponto controverso, o pai consegue reverte a guarda, e a mãe realmente sonega a informação de que a filha convulsiona... com 2, 3 ou 4 crises a criança ou qualquer um que convulsiona não fica cheio de hematomas e muito menos com queimaduras no corpo, e principalmente qualquer pai por menos zeloso que seja ligaria para a mãe e questionaria, qual remédio era tomado?? qual médico acompanha?? principalmente sendo a mãe médica!

E convenhamos, qualquer pai zeloso levaria seu filho ao pronto socorro, ou a um médico especializado na primeira convulsão, e se não quisesse dar o braço a torcer e ligar para a mãe, procuraria a opinião de outros médicos sobre o quadro clinico da filha e não esperaria a mesma entrar em coma para procurar auxilio médico competente!

Pra encerrar o assunto, como advogado o pai deve saber que estando ele na guarda da filha, tudo que acontecer a mesma é responsabilidade dele... a imprudência, a negligencia ou imperícia é dele, como o texto extraído da net diz há muitas perguntas a serem respondidas e uma delas seria, quanto tempo a menor Joanna sofreu até receber atendimento médico???

Pronto falei... tomei partido... e se alguém não concorda com minha opinião fique a vontade para usar os comentários, mas por favor tenha ao menos a mesma coragem que eu tive e dê sua cara a tapa como eu estou dando a minha!!!

Se quer defender alguém o faça de corpo e alma!!!

Pra encerrar, o cometário que a Ly fez no post abaixo, se trata do despacho judicial no processo de guarda da menor Joanna...

...DEFIRO as medidas protetivas de não aproximação com a menor JOANNA CARDOSO MARCENAL MARINS e, por cautela, extensivo à sua mãe CRISTIANE CARDOSO MARCENAL, pela distância mínima de 100 (cem) metros e proibição de constato por qualquer meio de comunicação. A presente medida protetiva terá eficácia até ulterior decisão da Vara de Família. Expeçam-se IMEDIATAMENTE as diligências necessárias ao fiel cumprimento da presente decisão, fazendo-se constar que o não cumprimento poderá ensejar sanções de natureza cível e criminal, inclusive, sua prisão, conforme preceitua o artigo 20 da Lei 11.340/06, podendo o Senhor Oficial de Justiça utilizar-se das prerrogativas conferidas pelo artigo 172, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil. Cumprido e certificado, ciência ao Ministério Público. Nova Iguaçu, 22 de julho de 2010. OCTAVIO CHAGAS DE ARAÚJO TEIXEIRA.


Querida Joanna incluo vc em minhas orações, e tenho certeza que logo, logo vc vai sair dessa... Deus te abençõe!!!

8 comentários:

  1. Estou contigo e não abro!
    Rezando e pedindo pela recuperação da Joana...
    Senhor onde esse mundo vai parar com tanta crueldade?

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  2. Ly... nós somos solidárias a Joanna e a todos que se compadecem... só postei novamente porque o comentário no outro post me revoltou!!

    Não há muito o que ser dito, os fatos falam por si... estamos rezando pela recuperação da Joanna, e por todos os familiares que precisam de força e fé!!!

    Bjs

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  3. Nossa.. uma história incrível,,, Meu Deus.. todo dias temos coisas absurdas acontecendo.. mãs seja como for,, temos que realmente nos unirmos em oração pela vida dessa criança..

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  4. Pã, a princípio, eu postei no meu blog, à pedido da família, pq a mídia tem sido pouca (pela gravidade do fato), e nós já sabíamos que isso aconteceria.
    Mas eu estou muito desgastada com tudo isso. Não durmo direito desde o dia que fiquei sabendo de tudo. Passei noites sentada na cama chorando, pq sei o sofrimento que a Cris está! A Joanna nunca tomou remédios de tarja preta e nunca teve problema neurológicos. O Pediatra dela já deu o depoimento confirmando isso. Foi mais uma mentira!
    Como disse abaixo, eu não quero que a Joanna melhore para incriminar o pai, pq isso já está sendo apurado, e cada um no seu quadrado.
    Eu desejo muuuuuuuuuuuito que ela sobreviva e que fique sem nenhuma sequela, pq a bichinha sofreu demais.
    Eu desejo que a Cris continue tendo forças para poder ajudar a filha nesse momento, pq eu sou testemunha do sofrimento dela.
    É imenso!
    Vc e Fabi como mães, podem imaginar, o que é ver uma filha em coma, queimada e cheia de hematomas esse tempo todo. Nos momentos que ela está com a Joanna, fica cantando as músicas preferidas da filha, contando histórias, beijando, é emocionante.
    ** lágrimas **
    Eu queria na verdade que nada disso tivesse acontecido com a menina. Que nenhuma pai separado precisasse travar nenhuma luta judicial, que seja o pai ou a mãe que estivesse responsável pela criança, zelasse pela integridade física dela.
    Eu desejo um mundo melhor para nossos filhos, onde a criança deixe de ser alvo de violência física e mental.

    A Joanna chegou ao hospital com menos de 1% de atividade cerebral, e agora está com 15%.
    O estado dela é gravíssimo, o pulmão não funciona, respira por aparelhos, a pressão arterial é mantida por medicação, e o quadro dela não alterou desde o dia 22, o que preocupa à todos.

    Continuem pedindo à Deus por um milagre!

    Um beijo enorme, e que Deus abençõe vcs!

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  5. Tomei conhecimento do caso de joanna três dias atrás e comecei a pesquisar. Acabei chegando nesse blog. Sou advogada e percebo que há -neste momento-inúmeras informações estapafúrdias a respeito do processo de retomada de guarda. Não é o comum, em nossos Tribunais, a reversão de guarda da forma como a imprensa tem apresentado. Também afimo que o trabalho das varas de família é sério se comparado ao sistema judicial como um todo. Nenhum juiz reverteria a guarda em favor de um pai "considerado ausente" sem um conjunto probatório forte e sem observar o melhor para a criança.
    Resumindo: A história, tal como tem sido contada na mídia, NÃO BATE!
    O despacho judicial postado acima apenas corrobora o que escrevi. O convencimento do juiz- para tomar as medidas protetivas- PRECISOU ser embasado em um conjunto de provas que embasaram a reversão da guarda.
    Agora fica a questão: poderia- como os comentários da mídia insinuam- ter sido uma "montadura", uma espécie de "tráfico de influências" dentro do Judiciário que acbou por beneficiar um pai omisso e perverso???
    -Nada é impossível!
    Se tal fato ocorreu é preciso que se dê destaque a ele, que a verdade(e não as meias verdades atiradas a esmo pelas famílias envolvidas) venham Á tona! Que se procure ouvir os assistentes sociais, os advogados das partes, enfim...que sejam traduzidos para a luz!
    É o mínimo que se pode fazer por Joanna!
    Assim como a condenação de Alexandre Nardoni e Carolina Jatobá sempre será o MÌNIMO que se ofereceu a Isabela.
    Assim é importante que nós- cidadãos- pressionemos os meios de comunicação mediante blogs, sites, etc pois somente com a pressão da imprensa esses fatos e a possível verdade surgirá.
    Noto que a históra começou a mudar de rumo. Agora as discussões sobre o "falso médico" que atendeu a criança e a procura pelo mesmo começaram a ter mais destaque do que o estado de saúde e as investigações sobre COMO JOANNA FOI PARAR NA UTI!!!
    O falso médico é apenas uma parte de tudo isso, mas definitivamente não foi ele que provocou os ferimentos e/ou levou Joanna a uma situação quase irreversível nesse momento.
    Fico feliz de poder me expressar aqui- e desculm-me pela visível irritação- mas além de orações para Joanna - que é tudo aquilo que podemos fazer por ela- precisamos manter esse caso vivo na mídia, cobrar respostas de quem as tem e forçar a descoberta e punição dos culpados. Senão...Joanna terá sofrido em vão!
    E esse crime de não buscar pela justiça nos transformará em "co-autores" do sofrimento de Joanna. Não fosse a pressão da imprensa nacional e o incessante pedido da população no caso Isabela Nardoni eles, pai e madrasta, muito provavelmente não teriam obtido a condenação que receberam!
    Aproveite o espaço desse blog blog e sua disposição para o bem (que foi fácil de perceber assim que entrei aqui) e não deixe isso acabar no vazio.
    A única voz que resta a Joanna é a nossa voz!
    beijos e obrigada

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  6. Deus vai te conforta pois ele esta com vc nesta caminhada ela é a sua filha e nada vai poder mudar isso nen quem fe essa crueldade saiba que todas as mães que perderam seus filhos assim estão do seu lado e que a justiça seja feita

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  7. Qual o caminho para pressionar para que a justiça seja feita? Como participo e divulgo.

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  8. Jan, existe uma comunidade no orkut que estamos pedindo por justiça.

    http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=104547089

    Vc tb pode colaborar divulgando essa entrevista no programa Mais você, onde a Cristiane conta toda a história.

    http://maisvoce.globo.com/MaisVoce/0,,MUL1613920-18173,00.html

    Pode divulgar tb a entrevista dela no Brasil Urgente.

    http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=100000336170

    E o mais importante, pode pedir à Deus que nos ajude à fazer justiça, e que a morte da Joanna, não seja em vão, e que nenhuma criança mais precise passar pelos maus-tratos que ela passou.

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