terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hoje é a vez dos meninos!


Por Larissa Jedyn

Os tempos mudaram e os papéis de homens e mulheres na sociedade também. Isso torna a educação um desafio. Como criar meninos de forma a não transformá-los em machões ou, no outro extremo, em homens frágeis emocionalmente?


Menino de hoje não só chora como veste camiseta rosa, brinca de casinha e pode até trocar a fralda da boneca. Os tempos mudaram, as crianças já vêem em casa os pais ajudando as mães nas tarefas diárias, o rosa já não é considerado só “cor de menina” e chorar nada mais é do que a manifestação natural de tristeza ou frustração – irrestrita a ambos os sexos. A civilização ocidental reproduziu por séculos o modelo patriarcal de sociedade, em que os homens não só eram os provedores, como chefes da casa, da esposa e dos filhos. O mundo masculino renunciava a tudo que não se inserisse na categoria de “coisas de homem”.

Com as mudanças nas relações sociais, de trabalho e de poder acontecidas no século 20, os homens viram-se em uma outra posição. Eles também podem ter momentos de fragilidade, incerteza, passar por perrengues financeiros e aceitar a ajuda da companheira...

Mas quem tem filhos neste momento sente na pele as conseqüências e incertezas dos novos tempos. E pior, se bate para criar as crianças dentro nos novos padrões, tendo os antigos como referência e um futuro nebuloso pela frente. A psicóloga e psicopedagoga Úrsula Marianne Simons aponta um dos problemas: se antes os filhos homens só faziam reproduzir o papel dos pais, hoje este papel não é tão claro, o que gera insegurança nos meninos. “Na primeira infância (até os sete anos), os meninos são ligados à mãe, que acolhe, atende. Na segunda (até os 14 anos), voltam-se para os pais, querem identificar-se com eles. Depois dos 14, se separam dos dois e criam seu próprio papel. Se a identificação anterior foi bem feita, ele não terá dificuldades em assumir o seu papel. Se pai e filho tiveram uma boa relação, conversaram bastante, essa criança terá um bom repertório. E não importa que ele tenha brincado de casinha ou de boneca. A masculinidade não está nesses estereótipos externos”, diz ela.

Lidar com as emoções também faz parte deste processo. Chorar e sentir raiva são coisas naturais, o que é preciso é ajudar o menino a elaborar e não a engolir o sentimento ou sair esmurrando alguém na rua.


Secando as lágrimas


De forma geral, a sociedade espera das pessoas uma segurança emocional que elas normalmente não têm. “De um lado a família diz chore à vontade que isso é natural, mas as pessoas em volta não aceitam e – pior – rejeitam. Saímos do machismo absoluto para um outro extremo em que tudo é possível, o que ajudou a criar homens frágeis emocionalmente”, comenta o educador e psicólogo Marcos Meier. Para ele, duas coisas são fundamentais para o amadurecimento emocional de uma criança. Uma é a resistência à frustração: se o seu filho quebrou um carrinho, não substitua rápido o brinquedo; deixe-o chorar, acolha seus sentimentos, mas aproveite para dizer que a perda dói, mas que ele vai sobreviver sem o carrinho. Isso evita que a criança entenda o choro como mecanismo de manobra, sedução e chantagem.

A outra é o adiamento da satisfação: “Estamos criando pessoas focadas no prazer, na satisfação momentânea. É o ficar antes de namorar, é o ganhar presente antes do aniversário. Até mesmo as crianças precisam entender que antes vem o trabalho e depois o salário, antes vem a refeição e depois a sobremesa, antes vem o estudo e depois o passeio”.

Meier ainda ressalta que a maturidade da criança depende da sua relação com os pais. “Virou moda entre os pais dizer que não tem quantidade de tempo para o filho, mas qualidade. Isso não é verdade. Você precisa de tempo para estar inteiro com o seu filho, sair com cada um de uma vez, escutar o que ele tem a dizer. Isso é se dedicar ao seu filho.”

Ou seja, a presença dos pais ajuda a criança a construir sua segurança e a definir seu papel. Meier ainda lembra que os pais não devem se preocupar quando o filho homem se envolver com brincadeiras de meninas. A dica é agir com naturalidade. “Não se preocupe com a vontade do seu filho de brincar de boneca. Sente com ele, brinque e mostre que o papai, que é homem, também pode brincar de boneca. Se um dia alguém disser que isso não é coisa de menino, ele vai lembrar do pai que é homem brinca, portanto, não há problema nisso. A proibição é que pode causar confusão na cabeçada criança”, diz o educador, que em casa põe os filhos para ajudar a lavar louça: “Vou com os dois meninos, lavamos a louça e falamos coisas de homens, com jeito de homens”.


Como o Matheus ainda é pequeno e tem uma irmã, o que posso dizer é que ele brinca de boneca sim, bem como a Camila sempre preferiu mais as brincadeiras de menino, ela nunca fez o tipo “princesinha”, quando pequena lembro que eu me sentia meio que frustrada, porque ela não parava limpinha, não gostava dos laços no cabelo, pulseiras e anéis incomodavam, até que eu desisti e deixei ela a vontade, e hoje quando vejo os dois brincando juntos, parece que tenho dois moleques.

Meu marido não é muito de ajudar nas tarefas domésticas, então ele não vai ter o pais como espelho, mas vai ter a mãe e a irmã incentivando o tempo todo, porque eu admiro muito homens como meu sogro por exemplo que faz tudo em casa, todas as vezes que minha sogra ficou doente, ele tomou conta de tudo, desde cozinhar, limpar, lavar roupa.


7 comentários:

  1. Meu Pedro ama brincar de casinha,panelinha,boneca!ahhaha...outro dia me pediu pra comprar"um batom de homem",rsrsss

    Há quem diga que ele virará gay. E eu digo que ele vai virar um bom marido participativo e ótimo pai!Assim como o pai deles que é o espelho dentro de casa. Se Deus quiser!

    ResponderExcluir
  2. Essa historia me da medo... O Mau faz tudo aqui, opa tudo não, ele não cozinha e não dança! E eu sou frustrada por isso, ahhhhhhh! Mas vamos começar um incentivão aqui em casa, socorro!

    ResponderExcluir
  3. Matheus tbm quer usar batom, e até maquiagem, mas eu só finjo que to passando ele se satisfaz, se for assim tbm vai virar gay! kkkkkkkkkk Comprei uma manteiga de cacau e ele ficou todo feliz pq pode passar!

    ResponderExcluir
  4. Muito bom o texto, já postei algo pareido, quero dizer, queria dizer, mas não conseguí tão bem quanto voce, eu acho que os homens estão perdidos e as mulheres também, não sabemos o que fazer, poi a igualdade não tem, salários das mulheres continuam mais baixox e os homens desempregados, quem ganhou? o sistema, pagando salarios mais baixo as mulheres.....enfim....pra onde estamos caminhando......bjks....Gil

    ResponderExcluir
  5. Ser mãe de meninos é maravilhosos.. não que eu não quisesse ter uma menininha linda.. mãs.. é assim, só q no mundo moderno em q vivemos a educação se tornou um desafio, e com tanta gente querendo mostrar oq é certo ou errado, complica ainda mais. Isso de menino com brincadeira de menina não é de hj, e é tão natural qnto o contrário. Oq precisamos é saber lidar com os desafios modernos na educação dos nossos filhos, sejam meninos ou meninas, dando oq de mais precioso possuimos, o nosso amor,, Parabéns pelo texto!!!

    ResponderExcluir
  6. Ahhhhhh... esse post combina comigo!kkkkkkkkkkkkk
    Como eu disse no post anterior, eu tento mostrar parameus filhos que esse negócio de que homem não chora, homem não ajuda nos afazeres de casa, homem machão é coisa de gente besta, coisa ultrapassada, que todos temos que nos ajudar e dividir as tarefas de casa.... pensa bem: eu aqui em casa com 3 homens de pipis tortos que insistem sempre em deixar uma gotinhas de xixi em cima do vaso sanitário? kkkkkkkkkkkkkk
    Daí não dá neh, ainda to correndo o risco de aumentar a coleção!
    Então temos que mudar os conceitos sim...

    ResponderExcluir
  7. A tarde com mais tempo volto pra ler ..parece mt interressante..
    respondendo o recadinho da Pã..mais uma vez vc não é antiquada..rsrs
    Cada um tem seu estilo..eu me sinto nua se nõa vestir um acessorio,ou roupa, sapato diferente..me sinto uma zé nimguem..
    eu sei a minha mãe sempre me lembra que roupa não faz a pessoa..mas ajuda mtoooooo, mtooo na auto estima, se estou de bem com meu look estou super de bom humor..
    Que não é seu caso Pã..vc é autentica!!

    beijoss meninas

    ResponderExcluir